O que é fast fashion e quais são seus impactos?
A indústria da moda está entre as maiores do mundo, e cresce em uma velocidade exponencial. Para o ano de 2020, é previsto que o ramo movimente 1,5 trilhões de dólares em todos seus segmentos.
Para entender esse crescimento, é importante saber o que é fast fashion. Basicamente, trata-se de um modelo em que os produtos são fabricados, consumidos e descartados constantemente e com muita rapidez.
Apesar dos benefícios que pode trazer ao mercado, como maior rentabilidade, geração de empregos e produtos a custo acessível, é necessário olhar para o sistema com responsabilidade, ciente dos impactos que pode causar no meio ambiente e nos hábitos de consumo.
A seguir, explicamos com mais detalhes o que significa fast fashion, quais os seus impactos na sociedade e quais os desafios de se praticar esse modelo de forma consciente. Vamos conferir?
Afinal, o que significa fast fashion?
Até o século 18, a confecção de roupas era algo demorado. Para fazer uma peça, era necessário ter acesso aos tecidos e materiais e saber manipulá-los, e isso custava tempo e dinheiro. Por essa razão, era comum que as peças fossem feitas para ter uma maior duração.
A partir da Revolução Industrial, em 1790, os processos foram sendo facilitados pouco a pouco. A invenção das máquinas de costura, por exemplo, foi determinante e possibilitou que as roupas fossem produzidas em maior velocidade e quantidade.
O conceito de fast fashion (ou “moda rápida”, em português) surgiria apenas na década de 1990, com o barateamento tanto da mão de obra quanto da matéria-prima na indústria têxtil. Lojas como Zara, H&M e Topshop investiram em peças que lembravam a alta costura, porém tinham custo baixo para o consumidor e um tempo de vida reduzido.
Rapidamente, a fórmula se tornou um fenômeno entre o público e se expandiu por todo o mundo na década seguinte. O modelo fast fashion no Brasil pode ser observado em grandes fabricantes, como Renner, Riachuelo e Pernambucanas, além da presença de várias marcas estrangeiras no mercado nacional.
O impacto do fast fashion
Toda vez que falamos sobre o que é fast fashion, os impactos negativos sociais e ambientais são inerentes. Mesmo com poucas décadas de existência, já é possível identificar muitos problemas oriundos.
Após a rápida expansão do modelo, a indústria da moda se tornou a segunda mais poluente do mundo, graças à utilização de tinturas de baixa qualidade, insolúveis ou produtos à base de metais pesados.
A confecção de tecidos sintéticos derivados de combustíveis fósseis também contribui negativamente para o planeta, graças às emissões de carbono e gases tóxicos na atmosfera, aumentando a quantidade de plástico nos oceanos.
Outro fator prejudicial ao meio ambiente é o descarte exacerbado de roupas. No anseio de acompanhar as tendências da moda, as peças produzidas pelas fast fashion acabam se tornando descartáveis, sendo jogadas no lixo em poucos meses.
Só no Brasil, são produzidas cerca de 170 mil toneladas de resíduos de tecidos todos os anos. Muito desse material se torna inutilizável graças à falta de manejo adequado. Quando descartadas de forma correta, muitas roupas podem ser recicladas.
O emprego de mão de obra precarizada ou escrava é outro grande problema relacionado ao fast fashion. Grandes fabricantes já foram flagradas utilizando contratações ilegais, jornadas de trabalho superiores a 16 horas, condições degradantes e pagamentos ínfimos.
Isso ocorre porque as marcas querem entregar a seus clientes a rapidez prometida, porém sem que seja necessário fazer grandes investimentos.
Por fim, é preciso falar sobre como o fast fashion afeta a mentalidade do consumidor. As roupas, que antigamente eram tratadas como bens duráveis, hoje são vistas como algo descartável, utilizadas por um período curto de tempo.
Fast fashion e sustentabilidade
Observando esse cenário, pode parecer muito difícil acreditar em um tipo de fast fashion sustentável. Em contrapartida, trata-se de algo necessário e urgente para a conservação do planeta.
Um exemplo é a fast fashion estadunidense Reformation, que libera pequenas quantidades de peças por coleção. Seus diretores acreditam que, dessa forma, é possível evitar o excesso de estoque, que ocasiona as grandes liquidações e o esgotamento rápido das peças.
Outra resposta natural foi o movimento slow fashion (ou “moda devagar”), que preza pela utilização de materiais recicláveis e tecidos orgânicos em sua confecção, além de buscar transparência em suas relações de trabalho. Dessa forma, a moda se tornaria algo cíclico, e não finito, como é praticado nos dias atuais.
Como empreendedor no ramo têxtil, é essencial que se tenha consciência a respeito de todos os processos, desde a confecção da matéria-prima, até o destino das peças depois que cumprirem sua “vida útil”.
Agora que você já sabe o que é fast fashion e como é possível combater seus danos sociais e ambientais, lembre-se de analisar todos os processos envolvidos na sua produção, e buscar alternativas para que a moda não seja algo descartável.
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