Moda inclusiva: olhando para o consumidor PcD


Segundo o IBGE, cerca de 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência física. Pensando nisso, é essencial que a indústria têxtil faça modificações para alcançar uma moda inclusiva, facilitando a independência e trazendo as tendências para a realidade de pessoas com a mobilidade reduzida.
Continue no texto para entender melhor o que é acessibilidade para as pessoas com deficiência e como o mundo fashion pode tornar a realidade de PcDs mais descomplicada.
O que é moda inclusiva?
Vitória Cuervo, estilista de moda inclusiva, começa o seu TED Talk sobre o tema perguntando para a plateia se alguém ali já havia parado para pensar se existe ou deveria existir alguma diferença no vestuário de uma pessoa com deficiência.
Apesar de parecer bastante comum e usual, esse é um questionamento que nem sempre (para não dizer quase nunca) faz parte do cotidiano do mundo da moda.
Ainda visto como um nicho específico, as roupas para cadeirantes e pessoas com limitações e dificuldade de mobilidade são bastante raras. De maneira geral, o mercado da moda exige muitas adaptações em peças para PcDs, como a compra de itens em números maiores e incansáveis ajustes.
Isso, além de prejudicar o caimento das roupas, ainda deixa explícito que a moda, infelizmente, ainda não é para todas as pessoas.

Modificar é preciso
Mas, afinal, o corte das peças pode facilitar ou atrapalhar na hora de se vestir? E como conquistar independência e autonomia quando uma coisa tão básica, quanto as roupas que você veste, estão o tempo todo exigindo que você peça ajuda, mostrando que o seu corpo não está incluso e representado pelo chamado “padrão”?
Botões de pressão, calças com elástico na cintura e aberturas que facilitem a troca de sondas, camisetas sem costuras nas costas para evitar a formação de escaras, etiquetas com informações em braile. São muitas as possibilidades e adaptações que podem mudar completamente a rotina e a autoestima de quem as usa.
Para além das questões práticas do dia a dia, a dificuldade para um deficiente ser incluído na moda ainda aponta que, para essas mais diversas pessoas, o mundo fashion não pode ser um tema de interesse.
Pensando nisso, a influenciadora Mariana Torquato, do canal Vai uma mãozinha ai?, publicou um vídeo desabafo no último dia nacional de luta da pessoa com deficiência. Confira!
Produzir roupas e acessórios que entendam a moda como algo funcional e estético também para pessoas com deficiência é um jeito de trazer modificações estruturais para uma indústria que, até pouquíssimo tempo atrás, não tinha espaço para a diversidade humana.
Moda inclusiva: da margem ao centro
Sabemos que para pequenas e médias confecções de moda, fazer ajustes em larga escala buscando uma moda mais inclusiva pode acarretar custos e investimentos nem sempre possíveis ou disponíveis. Porém, para promover uma maior integração de pessoas com deficiência nesse mercado, qualquer pequeno passo já é de grande importância.
Incluir PcDs em desfiles e no ambiente de trabalho, por exemplo, pode ser uma ótima forma de trazer contribuições para a rotina e a criação de novas peças e coleções. Isso, além de enriquecer o processo criativo, demonstra o interesse da sua marca em trazer para o centro pessoas e pautas que sempre foram postas à margem.

Além disso, estude! Você pode encontrar diversos conteúdos sobre representatividade e moda inclusiva pela internet. Assim, invista em conteúdos e ferramentas para entender melhor as dores enfrentadas na hora de se vestir por pessoas com os mais diversos corpos. Dentre elas:
- Cursos
- Livros
- Artigos
- Entrevistas
- Palestras
- Podcasts.
Marcas que investem na moda inclusiva
Felizmente, podemos encontrar no Brasil algumas marcas e estilistas que investem na moda inclusiva e que podem servir como referência. Conheça e inspire-se!
Freeda
Marca pensada para pessoas com mobilidade reduzida, a Freeda tem duas mulheres à frente e sua missão é melhorar a autonomia, promover a autoestima e trazer liberdade e conforto para os mais diversos corpos.
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Lado B
Marca que pensa a inclusão como um conjunto de ações que permite que pessoas com deficiência se sintam, de fato, integradas à sociedade, a Lado B produz roupas e acessórios para adultos e crianças com dificuldades de mobilidade.
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Equal
Buscando oferecer conforto, autonomia e modelagens diferenciadas, a Equal produz peças inovadoras, que permitem um vestir mais autônomo, sem dores e com muito estilo.
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Entender a moda como arte permite que, para além de inspirações das passarelas e elementos da natureza, estilistas possam usar questões reais e problemas sociais como forma de ressignificar o que e para quem é o mundo fashion.
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