Por que investir na moda atemporal em suas coleções?
O mundo está mudando e os consumidores também. A preocupação com as cadeias produtivas, a priorização de processos sustentáveis na indústria têxtil, a ressignificação das peças de roupas e da mensagem que elas carregam têm desencadeado uma série de previsões sobre o futuro do setor. No meio deste cenário está a moda atemporal.
Validado pelo tempo, o estilo atemporal reflete uma afronta ao mercado comercial pautado em tendências, produção massiva e descarte. Trata-se de priorizar qualidade, simplicidade, elegância e permanência, dentro de um quadro sustentável, criativo e desacelerado. Quer entender melhor sobre o assunto? Continue a leitura!
O que é moda atemporal?
A moda atemporal é aquela que permanece relevante com o passar dos anos e das tendências, porque foi validada pelo tempo. São as coleções clássicas que, lançadas nos anos 1960, por exemplo, continuam sendo elegantes, contemporâneas e permanentes nas vitrines de lojas ao redor do mundo décadas depois.
Trata-se de pensar as roupas para além de uma indústria hiper produtiva, preocupada com as tendências do momento. Aqui, falamos sobre uma maneira de confeccionar e de se vestir que é consciente e que preza por uma moda minimalista. Ademais, seus processos são desacelerados, seguindo a lógica do slow fashion.
Outro ponto importante é perceber que, apesar da simplicidade, a moda atemporal não deixa de ser interessante, expressiva e pertinente, porque traz consigo posicionamentos e prioridades.
Ela carrega um ideal pautado em redução de descarte, consumo consciente e sustentabilidade. Essas características conversam diretamente com os novos consumidores que, diante do cenário moldado pela pandemia, priorizam marcas transparentes, produção local e consciência coletiva.
Nesse sentido, a moda atemporal se preocupa menos com estações/temporadas e mais com os ciclos do mercado. Trata-se de produzir roupas que não dependem de um período específico do ano para serem desejadas e utilizadas. Ou seja, são peças que podem ser úteis a qualquer momento.
Tendências x Moda atemporal
O crescimento da discussão sobre sustentabilidade estimulou muitas críticas à necessidade de estar sempre de acordo com a última tendência. Afinal, esse movimento gera um grande desperdício em todos os âmbitos da cadeia produtiva e de consumo.
Na contramão disso, os perfis dos novos consumidores apontam para comportamentos menos impulsivos, mais coletivos e que priorizam processos ecologicamente corretos. É exatamente por isso que a atemporalidade ganha força.
Tente enxergar a moda atemporal e seu significado como a base da vestimenta clássica. Pense em uma coleção de roupas tradicionais: calças ou jaquetas jeans, blazers neutros, camisetas e alfaiatarias… Essas são algumas das peças que os consumidores investem dinheiro, pois procuram por versatilidade, qualidade e durabilidade.
Essas roupas clássicas podem ser combinadas com peças que estão em alta, mas o ponto é: elas permanecem, são reutilizadas ano após ano e nunca saem de moda.
Aqui, entramos em uma nova questão: a moda atemporal não anula as tendências, no entanto, ela promove uma reflexão sobre o consumo. As pessoas sempre estão atentas às novidades, mas agora elas não sucumbem apenas àquilo que acabou de ser lançado. Elas analisam, consideram e só então decidem o que desejam comprar.
A ideia é justamente basear o vestir em peças bases, que funcionam com tudo, que possuem qualidade e que resistem ao tempo prometido das tendências. Por esse motivo, essas roupas precisam ser confeccionadas com tecidos de qualidade. Elas precisam vencer o teste do tempo em todos os sentidos.
O perfil dos novos consumidores
Segundo o relatório “Consumidor do Futuro 2022” da WGSN (World Global Style Network), a pandemia foi a maior aceleradora de mudanças globais dos últimos tempos. Com base nessas transformações, o documento indica três novos perfis de consumidores.
E por que é importante conhecê-los? Uma breve análise sobre o assunto pode te ajudar a entender a razão da coletividade, da sustentabilidade e do comércio local serem curvas crescentes.
Os perfis traçados pela WGSN foram pautados em quatro sentimentos principais: o medo, a dessincronização social, a resiliência equitativa e o otimismo radical. Juntos, eles apontam para movimentos como a ansiedade com relação ao futuro do planeta e o aumento de uma individualidade dessincronizada, uma vez que todos fazem as mesmas atividades em períodos completamente diferentes.
Além disso, a aceitação emocional dos sentimentos negativos, adicionada à esperança e investimento na felicidade completa são outros comportamentos também apontados pelo relatório.
Tais condutas e sentimentos são as bases dos três novos perfis de consumidores: os estabilizadores, os comunitários e os novos otimistas.
Os estabilizadores, composto por Millennials e Geração X, apoiam a aceitação completa, em detrimento da lógica da produtividade. Eles são a consequência da dessincronização e da incerteza e prezam por mais simplicidade e calmaria.
Os comunitários, também compostos por Millennials e Geração X, prezam pela regionalidade. Eles querem criar raízes nas comunidades e abrir mão das rotinas caóticas. Aqui, o comércio local ganha uma força imensa.
Por fim, os novos otimistas são compostos desde a Geração Z até Baby Boomers. Trata-se de um grupo hiperconectado, ativistas e que alimentam a coletividade, na busca pela felicidade completa. Nesse sentido, o coletivo e a tecnologia são essenciais.
Por que investir em coleções atemporais?
A moda atemporal ganha força na atualidade porque carrega consigo os pilares de sustentabilidade e valorização do trabalho local. Estes assuntos são e prometem continuar sendo centrais dentro da indústria.
Uma empresa que reflete sobre a moda atemporal, o que ela é e como utilizá-la em suas coleções tem grande chances de ser bem-sucedida. Até porque estamos falando de peças que, lembrando, resistem ao tempo, funcionam em todas as temporadas e sempre estão nas vitrines.
Ser uma marca atemporal ou investir em coleções atemporais também significa estar de acordo com as mudanças do mercado e com os movimentos dos consumidores. Até porque, como apontado, tecidos minimalistas e de qualidade, cadeias produtivas conscientes e visuais clássicos são temas que vieram para ficar.
Portanto, pensar na tendência atemporal vai além de seguir uma moda, mas sim repensar toda uma indústria e fazer com que ela funcione de forma mais responsável, ecológica, coletiva e afetiva.
Como criar produtos atemporais?
A chave para desenvolver coleções e looks atemporais é a simplicidade e a qualidade, ambas alinhadas à sustentabilidade. Ao desenvolver peças com o intuito que elas sejam duráveis, analise a História do mercado. O que nunca sai de moda? Quais peças as pessoas estão sempre à procura?
Alie as respostas de tais perguntas a bons materiais, tecidos biodegradáveis, orgânicos e aí está: peças sustentáveis, duradouras e que não vão desaparecer das vitrines tão cedo. Considere também investir no mercado local, tanto para mão-de-obra quanto para fornecedores.
A cobrança por transparência e posicionamento é algo cada vez mais perceptível nos consumidores e, ao investir no comércio local, você se mostra preocupado em questionar a lógica da produção massiva do fast fashion, e colabora com a economia do espaço em que você vive.
Além disso, seja para a moda atemporal feminina ou para a moda atemporal masculina, na hora de desenvolver suas coleções, a ideia é pensar no ciclos do mercado, ao invés das estações do ano e temporadas.
Ou seja, trabalhar com coleções cápsulas, evitando sobras no estoque, priorizando as características climáticas da região do seu público-alvo e investindo em tecidos que façam sentido com as particularidades deles. Por exemplo, looks atemporais no Brasil pedem por tecidos leves e fluidos, já que se trata de um país de clima tropical, onde o frio não dura muito tempo, nem mesmo no inverno.
Uma iniciativa que não segue os conceitos da atemporalidade seria lançar novos casacos do tipo sobretudo em todos os invernos, com estampas diversas. Como estamos em um país quente, dificilmente uma pessoa que preza pela simplicidade irá comprar inúmeros casacos, até porque ela os usará pouquíssimas vezes.
Outra questão interessante é investir em cores de roupas atemporais, ou seja, em tons tradicionais, que funcionam o ano todo, como o preto, o branco, o bege, o marrom e as escalas de cinza. Para isso, procure por empresas de tecidos que possuam conhecimento sobre a moda atemporal no atacado, já que a escolha dos materiais corretos e de qualidade é tão essencial quanto compreender o conceito abordado.
Como vimos, a popularização da moda atemporal é reflexo de um mercado complexo e que segue sofrendo mudanças. A persistência nas práticas sustentáveis, a valorização do comércio local e a preocupação com um consumo mais consciente são os pilares para o futuro do setor.
Seja no desenvolvimento de coleções ou na reestruturação de uma marca, a transparência dos processos e um posicionamento frente à indústria são imprescindíveis. Considerar a moda atemporal pode ser um passo para este novo caminho.
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