Economia e moda afetiva: conceitos que impactam o mercado
A economia afetiva é um novo modelo de criação e consumo que repensa a cadeia produtiva e busca empregar novos significados aos produtos. Na moda, o conceito está diretamente relacionado aos impactos da indústria têxtil no meio ambiente.
A moda afetiva desenvolve soluções criativas e sustentáveis para ressignificar o consumo. Neste post, vamos explicar como o movimento afeta as confecções e quais são os caminhos que a sua marca pode percorrer. Boa leitura!
O contexto da discussão
A moda está em constante diálogo com a sociedade, refletindo seus desejos e comportamentos. Nos últimos anos, a pauta do consumo consciente de roupas e acessórios ganhou força, fazendo com que muitas pessoas começassem a questionar o ciclo de produção e seu impacto no meio ambiente.
De acordo com pesquisa da Ellen Macarthur Foundation, realizada em 2017, a indústria da moda desperdiça o equivalente a um caminhão de lixo têxtil por segundo. Somado a isso, a fabricação de roupas está entre as mais poluentes do mundo, liberando toneladas de gases de efeito estufa.
Neste cenário, emerge o movimento da economia afetiva, convidando as pessoas e marcas a repensar o consumo e o descarte dos produtos. O objetivo principal é encontrar novos significados para as peças, através de iniciativas criativas e sustentáveis, como o upcycling.
A moda e o valor das peças
Com as atualizações de tendências e o modelo fast fashion, o ciclo de vida de uma peça de roupa é cada vez mais curto. Em poucas semanas, o mesmo produto é comprado, utilizado, descartado e substituído por uma versão atualizada.
Para a moda afetiva, a roupa deve ser projetada para durar mais tempo, mesmo após o seu descarte. O movimento slow fashion, por exemplo, valoriza a criação de peças atemporais e com design clássico, que possam ser usadas em quaisquer ocasiões e por muitos anos.
A revenda de produtos e as compras em brechós e bazares também ganham força. Junto ao upcycling, que transforma resíduos têxteis em novas peças, as roupas passam a ser valorizadas pela história que possuem e por suas características únicas.
Como aplicar na prática
Para os gestores de moda, o caminho é adotar modelos mais sustentáveis e colaborativos. A economia de recursos, como utilizar luz e ventilação natural na empresa ou reutilizar água em procedimentos industriais, é o primeiro passo.
Além disso, a empresa pode investir em tecnologia para aliar produção de qualidade com redução de impactos ou, ainda, aproveitar as sobras de tecido para desenvolver novos produtos.
Do ponto de vista criativo, desenvolver coleções atemporais, utilizar materiais resistentes e com bases tecnológicas e explorar técnicas artesanais são algumas das alternativas. É possível, ainda, contratar um consultor criativo especializado para investigar a realidade de cada label.
A moda sustentável no Brasil é uma realidade cada vez mais próxima. Seja qual for o porte da confecção, o mercado atual exige mudanças na cadeia produtiva e nos modelos organizacionais – prova disso são movimentos como o da moda afetiva.
Buscar soluções mais sustentáveis faz parte de um longo processo. Para te ajudar a ficar por dentro das possibilidades, a Digitale Têxtil produz conteúdos exclusivos todas as semanas. Assine gratuitamente nossa newsletter e acompanhe!